Se me quiserem amar, terá de ser agora:
depois, estarei cansada.
Minha vida foi feita de parceria com a morte:
pertenço um pouco a cada uma,
para mim sobrou quase nada.
Ponho a máscara do dia, um rosto cômodo e fixo:
assim garanto a minha sobrevida.
Se me quiserem amar, terá de ser hoje:
amanhã, estarei mudada.
Lya Luft, no livro “Mulher no palco”.
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